27 de setembro de 2025

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Salvação, Teologia

O Mensageiro Anuncia, Deus Converte: A Soberania Divina no Evangelho

O Evangelho não é uma propaganda à espera de consumidores, mas a voz do Deus Soberano que chama mortos à vida. Por isso, o único apelo legítimo que fazemos ao pecador pode ser resumido em uma única frase: arrependa-se, humilhe-se diante do Senhor e clame por Sua misericórdia. É inútil pressionar alguém a “aceitar Jesus”, como se a fé fosse fruto de um empurrão humano. O Autor da salvação não precisa de ajuda para salvar. Nosso dever é pregar com fidelidade, anunciar a verdade com amor e urgência. É isso que Cristo exige dos Seus discípulos. O poder de abrir o coração não está em nós, mas pertence somente a Deus. A conversão não nasce de uma escolha natural do homem, mas da intervenção sobrenatural de Deus. O pecador está espiritualmente morto, incapaz de se mover em direção à vida. Somente o Espírito Santo pode arrancar o coração de pedra e colocar um coração, novo, vivo, de carne, capaz de crer e amar a Cristo. E então, quando alguém se rende a Cristo como Senhor e Salvador, não é porque decidiu ser melhor, mas porque foi alcançado pela graça irresistível de Deus. Essa é a beleza do Evangelho. Pregamos a todos, certos de que somente o Senhor pode fazer brotar fé onde há morte. E quando Ele age, toda a glória é dEle, desde o chamado até a perseverança final. O mensageiro anuncia, mas Deus é quem converte. Essa é a ordem, essa é a esperança, esse é o poder de Deus na salvação. — Clinton Ramachotte

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Aconselhamento, Salvação, Teologia

Descanso em Cristo: O Jugo Suave

Descansar em Cristo é trocar de fardo. Ele mesmo disse que o jugo dele “é suave” e seu “fardo é leve” (Mateus 11.30). Isso significa que na realidade de salvação, Ele não nos apresenta uma vida sem direção, mas a uma caminhada debaixo da Sua autoridade, que não oprime, nem pesa, mas liberta e nos traz paz… a verdadeira paz. Cristo deseja que entreguemos a Ele o peso da nossa culpa, da ansiedade e do medo, para recebermos em troca a leveza do Seu cuidado. Essa é a vida cristã. Essa é a vida que devemos buscar. É possível vermos essa realidade ilustrada magistralmente por John Bunyan em “O Peregrino”. Cristão caminhava com um peso esmagador nas costas, que representa o fardo do pecado. Nenhum esforço, conselho ou ritual conseguia removê-lo, por melhor que fosse. No entanto, quando chegou até a cruz, o fardo se desprendeu e rolou até desaparecer. Ali, ele experimentou pela primeira vez o verdadeiro descanso. Sua alma foi aliviada. Assim também nós, enquanto tentamos carregar sozinhos nossas culpas e ansiedades, o peso se torna insuportável, mas quando entregamos tudo a Cristo, trocando nossos fardos pelo Seu jugo suave, encontramos descanso para a alma. Descansar em Cristo não é viver sem lutas, mas caminhar com um Senhor que transforma a carga pesada em leveza de graça. Não é se livrar de toda dor, mas encontrar significado e propósito para cada sofrimento. Isso só é possível quando estamos em Cristo. — Clinton Ramachotte

Cosmovisão e outros, História, Salvação, Teologia

O Sangue e os Açoites da Fé Reformada: Por Que as Doutrinas da Graça Incomodam

A história da Igreja carrega nomes quase esquecidos, mas que se tornaram testemunhas vivas do preço de crer nas verdades da graça soberana de Deus. Talvez você mesmo não conheça, mas um desses nomes é Godescalco de Orbais, monge do século IX que ousou simplesmente expor o ensino de Paulo Romanos 9 e dizer que Deus, em Sua soberania, elege para a salvação e também para a condenação. A mensagem que ele anunciava não era popular. Sua convicção na chamada “dupla predestinação” o levou a enfrentar a fúria das autoridades religiosas de sua época. Godescalco foi acusado de heresia, condenado em concílios e submetido à humilhação pública. Isso mesmo, ele foi açoitado diante de um grupo de pessoas, chegou a ser encarcerado em mosteiros e foi obrigado a ver sua confissão de fé ser queimada diante dos seus olhos. Tudo isso porque ousou ensinar que tanto a salvação, quanto a condenação é exclusivamente fruto da eleição de Deus, e não da vontade humana. Talvez tenha sido o maior nome na história da igreja a se opor ao ensino de que “os vasos de ira se preparam para a perdição”. A verdade é que ninguém jamais foi perseguido, açoitado ou morto por defender o livre-arbítrio. Nenhum teólogo na história da igreja foi lançado às chamas por dizer que “o homem é livre para escolher o seu destino”. No entanto, ao longo da história, aqueles que se levantaram para proclamar a soberania absoluta do Senhor e a escravidão da vontade humana sofreram oposição cruel. Mas tudo normal num mundo caído. Sem novidades. As Doutrinas da Graça sempre causaram repulsa ao coração não regenerado, pois humilha o homem e exalta somente a Deus. O ensino de que “depende, não do que quer, nem do que corre, mas de Deus que se compadece” (Romanos 9.16) acaba com o orgulho humano e deixa o pecador despido de qualquer mérito. A vida de Godescalco de Orbais nos faz ver que a fé reformada não é um mero adorno intelectual, como se “quem estudar, entende e crê”, mas eu diria que é simplesmente a confissão que já custou sangue, açoites e prisões. Crer nessas verdades não é confortável para ninguém; é tomar posição ao lado de uma verdade que sempre incomodou, sempre foi rejeitada, mas que continua sendo o Evangelho puro da graça de Deus. Muitos irmãos, hoje, sofrem com familiares e até mesmo com membros de suas igrejas simplesmente porque defendem as Doutrinas da Graça. Tudo normal até aqui. Estranharemos quando a verdade sobre a salvação não causar mais impacto em ninguém. — Clinton Ramachotte

Cosmovisão e outros, Dons e Ministério, História, Salvação

A Pregação que Esperou 70 Anos: A Incrível Conversão de Luke Short

Às vezes subestimamos o alcance da pregação. Talvez seja por causa da nossa natureza caída e imediatista. Pensamos que se não houver resultado imediato, foi tempo perdido, como se a Palavra dependesse do solo responder no mesmo instante em que a semente é lançada. Ledo engano. Mas o legal disso tudo é que Deus gosta de surpreender. Uma das histórias mais marcantes em que vemos isso é a de Luke Short. Pouco conhecida, mas com muito a nos ensinar. Luke nasceu na Inglaterra em 1637. Na juventude, ouviu certa vez um sermão de um tal de John Flavel. Não existem registros de que tenha ficado impressionado ou convencido na hora. Era só mais um jovem que ouviu uma pregação e seguiu com a vida. Tempos depois, se mudou para a Nova Inglaterra (atual Estados Unidos), onde viveu por décadas a vida à sua própria maneira, como todo e qualquer não crente. O tempo passou. Décadas inteiras. Luke chegou à idade em que a maioria dos homens já está há muito tempo enterrados, e continuava distante de Deus. Aos 100 anos de idade, enquanto refletia sozinho em um campo, de repente, como se alguém tivesse acabado de pregar diante dele, pasmem: aquele sermão de Flavel voltou à sua mente. Setenta anos haviam se passado, mas as palavras ressurgiram vivas, cortantes. Ali, tomado por convicção de pecado, Luke se rendeu ao Senhor Jesus. Aos cem anos de idade, ele nasceu de novo. Viveu ainda dezesseis anos como discípulo fiel, e quando partiu, em 1733, sua lápide trazia as palavras que resumiam sua vida: “Aqui jaz um bebê em Cristo, nascido aos 100 anos de idade; morreu com 116.” O poder de Deus é impressionante. A irresistível graça deixa qualquer cristão constrangido. A Deus toda glória. — Clinton Ramachotte

Cosmovisão e outros, História, Históricos

Calvino matou Servetos?

Desfazendo o espantalho arminiano contra João Calvino ⚠️ Nota: A intenção desse texto não é defender João Calvino como um santo ou um papa. Na verdade, visa tão somente esclarecer os fatos e mostrar que, infelizmente, opositores do calvinismo usam essa história para descredibilizar tanto o reformador, quanto as doutrinas da graça. De todo modo, não pretendo advogar em causa do reformador, mas apresentar a verdade abafada, escondida e também distorcida acerca do caso Calvino e Servetos. Poucos episódios na história da Reforma foram tão distorcidos e mal utilizados quanto o caso de João Calvino e Miguel Serveto. A acusação de que Calvino teria sido o “assassino” de Serveto ainda hoje circula como se fosse um fato comprovado. No entanto, uma análise honesta dos registros históricos mostra algo bem diferente. Isso porque Calvino não possuía poder civil para determinar a pena de ninguém, nem mesmo de Serveto. Ele também não foi juiz nem executor, e na verdade, procurou interceder por uma forma menos cruel de execução. Ignorar essa parte da história é repetir um espantalho conveniente, mas injusto e desonesto, o que não condiz com a postura de um cristão. Serveto era um médico e teólogo espanhol que rejeitava a doutrina da Trindade e havia publicado escritos que negavam abertamente verdades consideradas centrais da fé cristã na época. Por essas razões, ele já havia sido condenado à morte pela Inquisição católica em Viena, de onde fugiu e escapou. Ao passar por Genebra, em 1553, foi reconhecido, preso e levado a julgamento. Nessa parte da história, é importante entender que em Genebra, o poder de vida e morte não estava nas mãos da Igreja, mas nas mãos do conselho da cidade. Calvino, como pastor e teólogo, tinha influência, mas não detinha absolutamente nenhuma autoridade civil. Alister McGrath diz que “o processo contra Serveto foi conduzido pelo Conselho de Genebra, e não por Calvino. O reformador participou como perito teológico, mas a decisão final coube ao poder civil”. De fato, Calvino apresentou acusações teológicas contra Serveto e foi ouvido como testemunha e conselheiro. Ele acreditava, como era comum no século XVI, que a heresia pública e persistente era um crime civil porque ameaçava a ordem social e também espiritual da comunidade. Nesse sentido, não é possível absolver Calvino de toda responsabilidade envolvendo Serveto, mas devemos ser justos. Transformar sua participação em autoria do crime e acusá-lo de ter “matado Serveto” é desonestidade. A execução não foi um ato pessoal de Calvino, nem direta, nem indiretamente, mas uma deliberação do conselho municipal após consultar inclusive outras cidades como Zurique e Berna, que também recomendaram punição severa ao herege. Outro dado geralmente ignorado é que Calvino tentou amenizar a forma da execução. John Piper escreve que “Calvino pediu que Serveto fosse decapitado, o que seria um método rápido, e não queimado vivo, como acabou acontecendo. Porém, sua solicitação não foi atendida pelo Conselho”. Richard Strevel também acrescenta sobre esse assunto que “Calvino não possuía autoridade para mudar a pena, e sua intercessão não teve efeito”. O fato de Calvino não ter conseguido mudar a sentença mostra seus limites diante do poder civil. Ele de fato tinha influência, mas não controle para mudar a situação. Por isso, é desonesto e até mesmo pecado repetir a mentira de que “Calvino matou Serveto”. A verdade é que Calvino não tinha jurisdição civil para determinar ou executar pena contra ninguém. Seu papel foi no máximo de conselheiro, e ainda assim na intenção de suavizar a execução de Serveto. O responsável legal e direto foi o Conselho de Genebra, que agiu de acordo com o padrão jurídico e religioso do século XVI, tanto em territórios católicos quanto protestantes. Negar isso é desconhecer ou manipular a história. Concluo dizendo que Calvino não foi assassino. Não estou dizendo que ele não era pecador, pois sabemos que era. O ponto é que ele não teve nas mãos a espada do Estado. O episódio de Serveto, embora bem controverso quanto a sua execução, não serve como arma para manchar injustamente a memória do reformador. Aqueles que insistem em perpetuar a caricatura de um Calvino sanguinário não fazem justiça nem à verdade histórica, nem ao legado deixado por ele. Calvino não matou Serveto, e repetir o contrário é insistir em mentira. — Clinton Ramachotte

Adults gathered in prayer during a church service in Ciudad de México, México.
Aconselhamento, Escrituras, Ética, Filosofia, Homem, Teologia

FELICIDADE NÃO … CONTENTAMENTO SIM

FELICIDADE NÃO… CONTENTAMENTO SIM Todos nós, de alguma forma, vivemos em busca da felicidade. Sim, é preciso que sejamos honestos quanto a isso. O mundo coloca a felicidade diante de nós como a maior meta da vida, como se devêssemos buscar ser feliz a qualquer custo. O “problema” é que a Palavra de Deus nos mostra um caminho diferente. Paulo, em Filipenses 4, diz ter aprendido o segredo do contentamento. E qual é esse segredo? É, simplesmente, estar satisfeito em Deus em toda e qualquer situação. Esse “segredo” não é só suportar a vida, mas enxergar que a suficiência não está em circunstâncias, nem nas coisas que nos cercam, mas em Cristo. A felicidade que o mundo oferece é frágil, porque depende de coisas que podem ser perdidas, como dinheiro, saúde, status, relacionamentos. Tudo isso pode passar, e muitas vezes, passa bem rápido. Quando essas bases ruem, a felicidade também se desfaz. No entanto, o contentamento que Deus nos concede é sólido e firme, porque não se apoia no que temos, mas em Quem temos. Quando temos a Cristo, temos aquilo que nenhum sofrimento, nenhuma perda, nenhuma outra coisa pode arrancar, que é a presença, o amor e a fidelidade do nosso Deus. É claro que isso não significa que a vida será isenta de dores e tribulações. Paulo mesmo escreveu as palavras em Filipenses quando estava na prisão. Ele sabia o que era perder, sofrer, chorar, mas sabia também que em Cristo havia sempre motivo para agradecer. O contentamento é a vacina contra a ingratidão e contra a idolatria da “felicidade a qualquer custo”. É a liberdade de poder dizer, em qualquer cenário que “o Senhor é a minha porção, nEle eu tenho tudo.” O mundo nos dirá diferente. Ouviremos constantemente: “busque a felicidade acima de tudo” ou “o importante é ser feliz”. O Evangelho nos ensina algo infinitamente mais valioso e na direção contrária. Nele, no Evangelho, somos ordenados a buscar a Cristo, e nEle termos o único e verdadeiro descanso para a alma. A felicidade pode ir e vir, mas o contentamento em Deus é firme como a Rocha que não se abala. O conselho que dou é: não viva obcecado pela ideia de felicidade. Não é essa a vontade de Deus para Seus filhos. Viva satisfeito em Cristo. Aprenda com Paulo, e descubra também o segredo que muda a vida. ”Posso todas as coisas em Cristo que me fortalece” [Filipenses 4.13] — Clinton Ramachotte

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Escrituras, Espírito Santo, Teologia

CONTRA O ARGUMENTO: ”Não creio na Bíblia pois ela foi escrita por homens.”

Um dos argumentos ateístas mais recorrentes contra a fé cristã é a ideia de que a Bíblia não passa de um livro escrito por homens, como qualquer outro. A acusação soa convincente à primeira vista, mas se dissolve quando analisamos a própria natureza das Escrituras. Se fosse escrita por cavalos, teria mais credibilidade? Inclusive, os livros de ciências e as suas diversas teorias também foram escritas por homens. Vale o mesmo questionamento? É verdade que a Bíblia foi escrita por homens, mas isso nunca significou que sua origem fosse humana. É fantástico que a própria Bíblia mostre isso, nas palavras do apóstolo Pedro: “Porque a profecia nunca foi produzida por vontade de homem algum, mas os homens santos de Deus falaram inspirados pelo Espírito Santo” (2 Pedro 1.21). O testemunho interno das Escrituras deixa claro que os autores (humanos) foram instrumentos, não inventores da mensagem. A unidade da Bíblia por si só já é um testemunho de inspiração divina. São 66 livros, escritos por mais de 40 autores diferentes, em um período de aproximadamente 1.500 anos, em contextos culturais, geográficos e sociais distintos. Mesmo assim, ela apresenta um fio condutor único, apontando para a revelação do Deus Criador e Redentor, que culmina na pessoa e na obra de Jesus Cristo. Obras puramente humanas não resistem a esse teste. Se compararmos, por exemplo, a série de livros mais vendida do século, como Harry Potter, encontramos erros de continuidade, lacunas de enredo e contradições internas em apenas sete volumes, redigidos por uma única autora, num espaço de poucos anos. A Bíblia, ao contrário, mantém perfeita harmonia em dezenas de séculos de escrita, com autores separados por continentes e línguas. Isso é surreal! Outro ponto é a impressionante rede de referências cruzadas. São mais de 60 mil conexões entre os textos do Antigo e do Novo Testamento, mostrando uma unidade literária e teológica impossível de ser orquestrada por meros homens ao longo de tantos séculos. É como se cada autor tivesse consciência do todo, o que não é humanamente explicável sem o fator sobrenatural. Quem poderia dizer que Moisés e Paulo estariam em perfeita harmonia, vivendo séculos de distância um do outro? As profecias cumpridas são também outro argumento incontornável. Isaías predisse com exatidão o sofrimento vicário do Messias (Isaías 53), e esse texto se cumpre cabalmente em Cristo, séculos depois. Miquéias anunciou que o Salvador nasceria em Belém (Miquéias 5.2), o que se realiza nos Evangelhos perfeitamente. O Salmo 22 descreve em detalhes a crucificação, num tempo em que esse método de execução sequer era praticado em Israel. A probabilidade de tantas profecias se cumprirem ao acaso é praticamente nula. Seu cumprimento demonstra claramente a intervenção divina. É impossível algo assim sem que haja um processo sobrenatural. Por fim, a alegação de que a Bíblia contém contradições é infundada. Muitos dos exemplos apresentados por críticos não passam de leituras superficiais ou de má fé mesmo, que ignoram contexto histórico, literário e linguístico. Quando corretamente examinados, os textos não se anulam, mas se completam, como múltiplas testemunhas que relatam o mesmo acontecimento de ângulos distintos. Os quatro evangelhos mostram isso com uma clareza fantástica. Fato é que a Bíblia foi escrita por homens sim, mas homens movidos, impulsionados e conduzidos pelo próprio Deus. Sua unidade, a precisão profética, a coerência interna e a profundidade teológica tão bem amarrada entre Antigo e Novo Testamento demonstram que ela não é só palavra de homens, mas Palavra do próprio Deus que se revela e fala de geração em geração. Como afirmou John Piper: “Deus escreveu um livro”. O Autor da Bíblia é o Espírito Santo. Homens são meios, instrumentos nas mãos dAquele que é Todo-Poderoso. — Clinton Ramachotte

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Ciência, Cosmovisão e outros, Salvação, Teologia

E SE A CIÊNCIA DESCOBRIR QUE EXISTE VIDA EM OUTRO PLANETA? 🤔

Esse assunto surge de tempos em tempos e a pergunta é sempre a mesma. “E se a ciência descobrir que existe vida em outro planeta?”. Respondemos a isso sem temor algum. Se a ciência algum dia anunciar a existência de vida em outro planeta, seja ela microscópica ou de qualquer outra forma, isso em nada ameaça a essência do Evangelho. Cristo veio para salvar os homens deste mundo, e a obra da cruz foi realizada para nós, habitantes da Terra, conforme a revelação bíblica. Nenhuma descoberta científica jamais muda isso, nem enfraquece a suficiência da obra redentora de Jesus. Pelo contrário, revela a grandeza e a sabedoria do Criador, que sustenta e governa o universo inteiro. Além disso, a Bíblia nos assegura que “ao Senhor pertence a terra e a sua plenitude, o mundo e aqueles que nele habitam” (Salmo 24.1) e que “nele foram criadas todas as coisas que há nos céus e na terra, visíveis e invisíveis” e que “tudo foi criado por ele e para ele” (Colossenses 1.16). A ciência, longe de contrapor a Escritura em alguma coisa, só descobre aspectos da criação que Deus já estabeleceu. Cada microrganismo, cada ecossistema, cada estrela ou planeta, funciona dentro do plano soberano do Criador. Descobrir vida em outro lugar apenas confirma que Deus é Criador de tudo, que tudo está sob Seu controle e que Sua sabedoria é insondável. Nada do que os cientistas possam encontrar diminui a autoridade da Bíblia ou a realidade de que Cristo veio para salvar a humanidade caída da Terra. O Evangelho continua intacto e inabalável. Cristo nasceu, viveu, morreu e ressuscitou neste mundo para a redenção dos homens, e a Bíblia não depende da ausência ou presença de vida extraterrestre para ser verdadeira. Ao contrário, qualquer avanço na ciência revela ainda mais a majestade de Deus e dá mais motivos para louvá-Lo. A fé cristã não se apoia em lacunas ou em teorias científicas, mas na pessoa e obra de Jesus Cristo, que é suficiente para a salvação de todos os que creem. Portanto, não há motivo para temor ou dúvida. Fato é que Cristo veio para este mundo, o Evangelho é verdadeiro e a ciência nada mais faz, em casos assim, do que nos levar a contemplar a imensidão da criação do Senhor. Longe de abrir qualquer brecha para o evolucionismo. Nada é capaz de contradizer Aquele que é o Alfa e o Ômega. — Clinton Ramachotte

Diálogos, Filosofia, Fim dos Tempos, Pensamentos, Teologia

Carta aberta de Satanás aos crentes

Amados inimigos, Escrevo-lhes essa carta para que conheçam a sutileza do meu ofício. É claro que não preciso convencê-los a abandonar o vosso Cristo de uma vez, pois sei que seria impossível a quem Ele de fato selou com Seu Espírito. O meu trabalho é algo mais… refinado. Eu planto dúvidas, como fiz no Éden com seus primeiros pais, se lembram? “É assim que Deus disse?” (Gênesis 3.1). Não me preocupo em fazê-los negar toda e completamente a verdade, basta que aceitem uma meia-verdade. Assim como Eva, que acreditou em parte do que ouviu de mim, mas torceu a ordem do Criador, desejo que vocês confundam o mandamento de Deus e misturem o santo com o profano. Deixo claro também que a minha meta não é formar ateus convictos, mas crentes mornos (Apocalipse 3.16). Homens e mulheres que frequentam igrejas, mas vivem como se Deus fosse irrelevante. Se posso semear incredulidade disfarçada de “espiritualidade moderna”, já cumpri meu papel e estou satisfeito. Saibam que não preciso de estátuas e sacrifícios para me alegrar. Basta que vocês substituam a verdade de Deus por ideologias humanas e seculares (Colossenses 2.8). Quando negociam princípios eternos para parecerem relevantes neste século, estão servindo aos meus propósitos. Obrigado por isso, inclusive. Quero também que façam da política a sua teologia, que amem mais as filosofias vãs do que a Palavra do Seu Deus. Se consigo colocar em seus lábios slogans do mundo em lugar das Escrituras, já os afastei do centro, que é Cristo.Lembrem-se de que eu não apareço como besta monstruosa, avermelhado, com chifres e tridente, mas como anjo de luz (2 Coríntios 11.14). Meu prazer está em travestir engano de virtude. Faço do relativismo uma virtude intelectual, da tolerância sem verdade uma marca de amor, da autonomia do homem uma conquista. Quero que pensem que são donos dos seus próprios destinos. Inclusive, muitos de vocês me aplaudem, sem perceber. Não preciso que vocês se curvem a mim. Basta que deixem de se curvar totalmente a Ele. Meu triunfo está em dividir o coração de vocês, em fazê-los viver com um pé na igreja e outro no mundo (Tiago 4.4). Desejo que a Palavra seja para vocês somente um acessório, nunca a rocha onde edificam suas vidas. Se consigo reduzir a Bíblia a uma opinião qualquer entre muitas, já alcancei terreno. Não se esqueçam que eu não descanso. Rodeio a terra buscando a quem possa tragar (1 Pedro 5.8). Muitos de vocês me subestimam, pensam que sou lenda ou uma simples metáfora. Alguns dizem que acreditam em minha existência, mas vivem como se eu não existisse. Mas isso é melhor para mim, pois o inimigo que não é levado a sério age sem resistência. Portanto, continuem cedendo um pouco, apenas um pouco. Negociem um princípio hoje, relativizem uma doutrina amanhã, adaptem a cruz para que ela não seja tão ofensiva. Eu não preciso que vocês se tornem devassos, mas que sejam superficiais, pois sei que onde não há profundidade em Cristo, logo logo haverá espaço para mim. Com todo o meu ódio,Satanás. AVISO: Este é um texto de natureza literária e alegórica, escrito em primeira pessoa com fins de crítica teológica e reflexão moral. O autor utiliza a persona dramática do “Adversário” para ilustrar e alertar sobre as sutilezas da tentação e os perigos do mundanismo na fé. Não se trata de uma revelação, mas de uma obra de ficção.

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Escrituras, Teologia

Foco na Natureza do Evangelho (O que Ele É)

“Diante de um mundo que valoriza fórmulas rápidas e resultados mensuráveis, visto sermos a chamada “geração fast-food”, há uma tentação constante de tratar o Evangelho como um método de crescimento ou como um produto a ser promovido. Contudo, o Evangelho não é um “método” de transformação, ele é a própria mensagem pela qual Deus transforma. Não se trata de um conjunto de instruções ou regras a serem seguidas, mas do anúncio de uma obra que já foi realizada, consumada. É por isso que Paulo o chama de “poder de Deus para salvação de todo aquele que crê” (Romanos 1.16). O poder do Evangelho não está na eloquência do mensageiro, na atratividade do convite, ou na receptividade do ouvinte, mas na ação soberana de Deus por meio dessa gloriosa verdade anunciada. Cristo é o centro do Evangelho. Não apenas como o personagem principal, mas como o próprio conteúdo da boa nova. Anunciar o Evangelho é anunciar a pessoa e a obra de Jesus Cristo, como quem Ele é (o Filho eterno de Deus feito homem), o que Ele fez (sua vida perfeita, morte substitutiva e ressurreição gloriosa), e o que Ele exige (arrependimento e fé). Qualquer mensagem que omita ou desloque Cristo do centro não é Evangelho, por mais cativante ou empolgante que possa parecer.” — RAMACHOTTE, Clinton: “Manual Básico de Evangelismo: 5 passos para compartilhar as boas novas”, pág. 17-18 – UICLAP.

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