O Evangelho não é uma propaganda à espera de consumidores, mas a voz do Deus Soberano que chama mortos à vida. Por isso, o único apelo legítimo que fazemos ao pecador pode ser resumido em uma única frase: arrependa-se, humilhe-se diante do Senhor e clame por Sua misericórdia.
É inútil pressionar alguém a “aceitar Jesus”, como se a fé fosse fruto de um empurrão humano. O Autor da salvação não precisa de ajuda para salvar. Nosso dever é pregar com fidelidade, anunciar a verdade com amor e urgência. É isso que Cristo exige dos Seus discípulos. O poder de abrir o coração não está em nós, mas pertence somente a Deus.
A conversão não nasce de uma escolha natural do homem, mas da intervenção sobrenatural de Deus. O pecador está espiritualmente morto, incapaz de se mover em direção à vida. Somente o Espírito Santo pode arrancar o coração de pedra e colocar um coração, novo, vivo, de carne, capaz de crer e amar a Cristo. E então, quando alguém se rende a Cristo como Senhor e Salvador, não é porque decidiu ser melhor, mas porque foi alcançado pela graça irresistível de Deus.
Essa é a beleza do Evangelho. Pregamos a todos, certos de que somente o Senhor pode fazer brotar fé onde há morte. E quando Ele age, toda a glória é dEle, desde o chamado até a perseverança final. O mensageiro anuncia, mas Deus é quem converte. Essa é a ordem, essa é a esperança, esse é o poder de Deus na salvação.
— Clinton Ramachotte
Clinton Ramachotte é membro da Igreja Batista em Moraes Prado, na capital de São Paulo.
Bacharel em Teologia pela FATERGE, e também pela ESTEC-REF. É também professor da matéria de Seitas e Heresias na ESTEC-REF.
Autor de obras importantes na apologética, como “Os 5 Solas e Eu: A Prática Piedosa dos Solas da Reforma”, “Resposta aos Adventistas do 7° Dia: Um Tratado Apologético”, “Desvendando o Islamismo: Dissecando a Religião Muçulmana”, dentre outras obras.
